FGVQuestões de Prova

A frase do último parágrafo do texto “A maioria, sem dúvida – FGV 2020 Leia o texto para responder

Leia o texto para responder

Modos de xingar

— Biltre!
— O quê?
— Biltre! Sacripanta!
— Traduz isso para português.
— Traduzo coisa nenhuma. Além do mais, charro!
Onagro!
Parei para escutar. As palavras estranhas jorravam do interior de um Ford de bigode. Quem as proferia era um senhor idoso, terno escuro, fisionomia respeitável, alterada pela indignação. Quem as recebia era um garotão de camisa esporte; dentes clarinhos emergindo da floresta capilar, no interior de um fusca. Desses casos de toda hora: o fusca bateu no Ford. Discussão. Bate-boca. O velho usava o repertório de xingamentos de seu tempo e de sua condição: professor, quem sabe? leitor de Camilo Castelo Branco.
Os velhos xingamentos. Pessoas havia que se recusavam a usar o trivial das ruas e botequins, e iam pedir a Rui Barbosa, aos mestres da língua, expressões que castigassem fortemente o adversário. Esse material seleto vinha esmaltar artigos de polêmica (polemizava-se muito nos jornais do começo do século), discursos políticos (nos intervalos do estado de sítio, é lógico) e um pouco os incidentes de calçada. A maioria, sem dúvida, não se empenhava em requintes.

— Biltre!
— O quê?
— Biltre! Sacripanta!
— Traduz isso para português.
— Traduzo coisa nenhuma. Além do mais, charro!
Onagro!
Parei para escutar. As palavras estranhas jorravam do interior de um Ford de bigode. Quem as proferia era um senhor idoso, terno escuro, fisionomia respeitável, alterada pela indignação. Quem as recebia era um garotão de camisa esporte; dentes clarinhos emergindo da floresta capilar, no interior de um fusca. Desses casos de toda hora: o fusca bateu no Ford. Discussão. Bate-boca. O velho usava o repertório de xingamentos de seu tempo e de sua condição: professor, quem sabe? leitor de Camilo Castelo Branco.
Os velhos xingamentos. Pessoas havia que se recusavam a usar o trivial das ruas e botequins, e iam pedir a Rui Barbosa, aos mestres da língua, expressões que castigassem fortemente o adversário. Esse material seleto vinha esmaltar artigos de polêmica (polemizava-se muito nos jornais do começo do século), discursos políticos (nos intervalos do estado de sítio, é lógico) e um pouco os incidentes de calçada. A maioria, sem dúvida, não se empenhava em requintes.

A frase do último parágrafo do texto “A maioria, sem dúvida, não se empenhava em requintes” está reescrita, em conformidade com a norma-padrão e com o sentido do texto, em:

(A) A maioria provavelmente não se sujeitava a requintes.

(B) A maioria talvez não se obrigava à requintes.

(C) A maioria realmente não se rendia em requintes.

(D) A maioria certamente não se dedicava a requintes.

(E) A maioria evidentemente não se comprometia em
requintes.

Resposta:

Alternativa Correta: D) A maioria certamente não se dedicava a requintes.

A circunstância dada pela expressão “sem dúvida” é reproduzida de acordo com a norma-padrão pelo advérbio “certamente”, que modifica o verbo “dedicar”, o qual rege a preposição “a”.

Participe do Grupo no Telegram

* Link Telegram

Participe do Grupo no Whatsapp

* Link Whatsapp

Buscar Vagas de Emprego

* Buscar Vagas