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Das propostas de substituição para os trechos – FUVEST 2016 Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sa …

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’Áfica. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negro em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*, Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar…
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá…
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas
atingidas por determinadas doenças.

Das propostas de substituição para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de maneira adequada, a correção de um erro gramatical presente no discurso do narrador é:

*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas
atingidas por determinadas doenças.

Das propostas de substituição para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de maneira adequada, a correção de um erro gramatical presente no discurso do narrador é:

(A) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia morrido negro, havia morrido pobre.

(B) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara.”: Omolu dizia, no entanto, que não fora.

(C) “Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco sabiam da vacina.

(D) “Mas para que seus filhos negros não o esqueçam […].”: não lhe esqueçam.

(E) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas […].”: numa noite em que os atabaques.

Resposta:

Alternativa Correta: E) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas […].”: numa noite em que os atabaques.

A única frase que corrige de acordo com a norma culta o trecho extraído do texto é: “numa noite em que os atabaques”. Em a, a forma verbal no pretérito mais-que-perfeito simples morrera está em conformidade com o registro culto, assim como o composto “havia morrido”. Em b, a conjunção coordenativa adversativa mas pode ser substituída por “no entanto” sem prejuízo do sentido. Em c, o termo tampouco (ideia de adição) foi indevidamente substituído por “tão pouco” (muito pouco). Em d, o verbo esquecer (transitivo direto) não admite o pronome oblíquo lhe, que funciona sintaticamente como objeto indireto.

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