[Em novembro de 1937], (…) ao falar em organizar a – FGV 2017 [Em novembro de 1937], (…) ao falar em organizar a juventude com a finalidade “de promover-lhe a discip …
[Em novembro de 1937], (…) ao falar em organizar a juventude com a finalidade “de promover-lhe a disciplina moral e o adestramento físico, de maneira a prepará-la ao cumprimento dos seus deveres para com a economia e a Nação, [o ministro da Justiça Francisco] Campos estava pensando em instituições voltadas para a mobilização e a militarização dos jovens. (…)
Consciente de que não poderia contar com o apoio de Gustavo Capanema para a efetivação de seu projeto de mobilização política da juventude através do sistema de ensino e tendo fracassado na sua tentativa de afastá-lo do Ministério da Educação e Saúde, Campos planejava reunir os jovens em um sistema e criar para isto uma grande organização nacional, sob a dependência direta do Ministério da Justiça, isto é, dele mesmo.
Ano da Prova:
2017
Considerando o fragmento e o contexto do Estado Novo, é correto afirmar que
(A) o prestígio do ministro Francisco Campos podia ser
dimensionado pela importância que Getúlio Vargas deu
ao projeto da juventude brasileira, com recursos
financeiros, apoio político e aval da Câmara dos
Deputados, e foi implantado durante a Segunda
Guerra, encaminhando o Brasil em direção aos
interesses dos Estados Unidos e dos Aliados.
(B) a efetivação da Juventude Brasileira, que tinha como
patrono Duque de Caxias, funcionando apenas no Rio
de Janeiro e em algumas outras capitais brasileiras,
desencadeou um sério conflito entre vários líderes do
Estado Novo, o que enfraqueceu o regime autoritário,
que perdia as suas bases de sustentação por conta da
forte oposição liberal nascida nos estados nordestinos.
(C) o ministro Francisco Campos, um notável articulador
político, soube convencer o ministro Capanema das
vantagens em organizar militarmente os estudantes
brasileiros, assim o projeto inicial foi ampliado e,
durante boa parte do Estado Novo, os jovens
brasileiros receberam instruções sobre o uso de armas,
civismo e condicionamento físico.
(D) o ministro da Justiça do Estado Novo, apesar da sua
função relevante de autor da Constituição de 1937,
ocupava poucos espaços políticos na ordem derivada
do golpe de Estado, e a proposta de uma organização
militar para a juventude dificilmente contaria com o
apoio do presidente Vargas, avesso às práticas físicas e
esportivas, que desviavam a população do trabalho.
(E) o ministro Francisco Campos, um dos mais importantes ideólogos do autoritarismo, defendia uma organização da juventude brasileira em formato parecido com
as experiências das nações nazifascistas, e, ao mesmo
tempo, a oposição do ministro Capanema a esse
projeto mostra o governo ditatorial de Vargas marcado
por divergências políticas entre os seus ministros.
Resposta:
Alternativa Correta: E) o ministro Francisco Campos, um dos mais importantes ideólogos do autoritarismo, defendia uma organização da juventude brasileira em formato parecido com
as experiências das nações nazifascistas, e, ao mesmo
tempo, a oposição do ministro Capanema a esse
projeto mostra o governo ditatorial de Vargas marcado
por divergências políticas entre os seus ministros.Uma das características do governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo (1937-45) foi dispor de auxiliares próximos com posições ideológicas distintas, como no caso do americanófilo Osvaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores, e o germanófilo Filinto Müller, chefe da Polícia do Distrito Federal. O mesmo se poderia dizer do ministro da Justiça Francisco Campos, admirador dos regimes totali – tários, e do ministro da Educação Gustavo Capanema, de formação liberal.