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[…] Foi sem dúvida entre os meses de janeiro e outubro de 1822 que o Brasil, finalmente, se fez independente: isto é, separou-se de Portugal. Nada garantia que essa independência seria duradoura, é verdade, mas foi entre esses meses que ela se concretizou, exigindo esforços posteriores de consolidação; mas seriam antes esforços de reforço de algo que já existia do que de criação abrupta de algo novo.
E o que, afinal, ocorreu no dia 7 de setembro de 1822? Um pequeno acontecimento que não foi imediatamente valorizado justamente por não ser de grande importância em comparação com os demais que tinham ocorrido e ainda ocorreriam naquele ano; mas que posteriormente se tornaria o principal marco da memória da Independência. Um marco da memória, e não da história.
Ano da Prova:
2023
Ao tratar da Independência do Brasil em relação a Portugal, o excerto enfatiza
(A) o caráter processual da emancipação, que resultou de diversas articulações e ações políticas.
(B) a negociação entre colônia e metrópole, que assegurou o caráter pacífico da emancipação.
(C) o esforço do príncipe regente, que visava promover a consolidação da emancipação política brasileira.
(D) o imediatismo do gesto ruptural, que provocou surpresa na população de toda a colônia.
(E) a percepção imediata da importância dos eventos ocorridos às margens do riacho do Ipiranga, que mudaram politicamente o país.
Resposta:
Alternativa Correta: A) o caráter processual da emancipação, que resultou de diversas articulações e ações políticas.
Como apresenta o excerto, a independência do Brasil não pode ser resumida a apenas um evento; devemos compreendê-la como resultado de um processo que envolve negociações entre D. Pedro, então Príncipe Regente e elites brasileiras, além de tensões e disputas de projetos para o país que se constituía. Assim, podemos recordar, por exemplo, do “Dia do Fico” (09 de janeiro e 1822), onde revela-se a indisposição das elites no Reino do Brasil em aceitar passivamente as decisões das Cortes de Lisboa. Destaca-se, também, que nem todas as províncias aclamaram D. Pedro I como imperador do Brasil, formando focos de resistência à possibilidade de emancipação. O destaque dado ao sete de setembro de 1822 foi pensado, posteriormente, pelas elites políticas de São Paulo para dar relevância à então província na memória construída sobre a independência.