Questões de ProvaUNICAMP

(…) pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era – UNICAMP 2016 (…) pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via, desde muitos anos, um …

(…) pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via, desde muitos anos, uma nota de cinco mil-réis.
— Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu.
— Sim? acudiu ele, dando um bote para mim.
— Trabalhando, concluí eu. Fez um gesto de desdém; calou-se alguns instantes; depois disse-me positivamente que não queria trabalhar.

Ano da Prova:
2016

O trecho citado diz respeito ao encontro entre Brás Cubas e Quincas Borba, no capítulo 49, e, mais precisamente, apanha o momento em que Brás dá uma esmola ao amigo.
Considerando o conjunto do romance, é correto afirmar que essa passagem

(A) explicita a desigualdade das classes sociais na primeira metade do século XIX e propõe a categoria de trabalho como fator fundamental para a emancipação do pobre.

(B) indica o ponto de vista da personagem Brás Cubas e propõe a meritocracia como dispositivo pedagógico e moral para a promoção do ser humano no século XIX.

(C) elabora, por meio do narrador, o preconceito da classe social a que pertence Brás Cubas em relação à classe média do século XIX, na qual se insere Quincas Borba.

(D) sugere as posições de classe social das personagens machadianas, mediante um narrador que valoriza o trabalho, embora ele mesmo, sendo rico, não trabalhe.

Resposta:

Alternativa Correta: D) sugere as posições de classe social das personagens machadianas, mediante um narrador que valoriza o trabalho, embora ele mesmo, sendo rico, não trabalhe.

O trecho apresenta Brás Cubas, privilegiado burguês escravista, dando esmola para o então mendigo Quincas Borba, desfavorecido economicamente. Configura-se assim uma diferenciação de classes sociais. A ironia do excerto está no fato de o protagonista defender a dignidade por meio do trabalho, atividade que ele próprio não exerce, graças à sua condição abastada. Basta lembrar que o narrador gaba-se, no último capítulo, de ter “a boa fortuna de não ganhar o pão com o suor (…)”.

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