Uma observação comparada dos regimes de trabalho – FUVEST 2015
Assuntos:
Escravidão, América
Uma observação comparada dos regimes de trabalho adotados nas Américas de colonização ibérica permite afirmar corretamente que, entre os séculos XVI e XVIII,
(A) a servidão foi dominante em todo o mundo português, enquanto, no espanhol, a mão de obra principal foi assalariada.
(B) a liberdade foi conseguida plenamente pelas populações indígenas da América espanhola e da América portuguesa, enquanto a dos escravos africanos jamais o foi.
(C) a escravidão de origem africana, embora presente em várias regiões da América espanhola, esteve mais generalizada na América portuguesa.
(D) não houve escravidão africana nos territórios espanhóis, pois estes dispunham de farta oferta de mão de obra indígena.
(E) o Brasil forneceu escravos africanos aos territórios espanhóis, que, em contrapartida, traficavam escravos indígenas para o Brasil.
Resposta:
Alternativa Correta: C) a escravidão de origem africana, embora presente em várias regiões da América espanhola, esteve mais generalizada na América portuguesa.
A escravidão de origem africana teve importância apenas relativa nas colônias hispano-americanas, devido à grande disponibilidade de mão de obra indígena, e também porque a Espanha não tinha acesso direto aos centros africanos fornecedores de escravos. Assim, foi somente nas colônias antilhanas (Cuba, São Domingos e Porto Rico), onde os indígenas foram exterminados, que os espanhóis utilizaram largamente o escravismo negro. Já no Brasil, embora a escravização de índios (chamados de “negros da terra” por alguns colonizadores) tenha existido legalmente até o século XVIII, foi amplamente superada pela utilização de mão de obra originária da África. O motivo dessa opção não foi a pretensa inadaptação dos nativos ao trabalho escravo, mas os altos lucros auferidos pelo tráfico negreiro, praticado por meio do escambo.